CHAVES: Ultramaratonista e bombeiro flaviense corre 24 horas “sem parar” para ajudar criança com doença rara

2022-11-05 17:53:35

Nuno Monteiro, atleta ultramaratonista e bombeiro na Corporação de Bombeiros de Salvação Pública de Chaves, está a correr durante 24 horas para ajudar a angariar fundos para a Mayara. Uma criança, com quatro anos, que sofre de Síndrome de Dravet, uma doença genética rara, que lhe foi diagnosticada aos 11 meses de vida.

A Ultra Maratona Solidária arrancou às 13 horas deste sábado, junto à Alameda de Trajano, e termina à mesma hora de domingo, 6 de novembro. O objetivo é chegar ao fim do percurso, que varia entre a Ponta da Galinheira e a Ponte dos Agapitos, angariando o maior valor possível para esta criança. À Ultra Maratona Solidária podem-se juntar todas as pessoas, seja a correr, caminhar, ou a pedalar.

“TODA A AJUDA É BEM-VINDA”

“Fomos contactados pelo atleta Nuno Monteiro. Ele queria ajudar a Mayara e estamos muito satisfeitos com o evento que ele organizou. Toda a ajuda é necessária. Estamos abertos a todas as iniciativas que queiram fazer para ajudar a nossa filha”, revelou a mãe de Mayara.

CORRER POR UMA CAUSA: 24 HORAS ''SEM PARAR''

A iniciativa partiu do atleta Nuno Monteiro, bombeiro na Corporação de Salvação Pública de Chaves que está a apoiá-lo neste desafio.“Há um ano que ele queria fazer algo em grande na cidade para ajudar alguém, então surgiu a ideia de apoiar a Mayara e correr 24 horas”, destacou José Carlos Silva, Comandante dos Bombeiros de Salvação Pública de Chaves que prestam apoio logístico ao atleta.“É uma prova que exige muito sacrifício, muita força de vontade. Vai correr 24 horas “sem parar”. As únicas paragens será para comer alguma coisa rápida e eventualmente trocar de roupa. À noite exige muito esforço psicológico mas ele já tem experiência”, acrescentou o Comandante dos Bombeiros de Salvação Pública de Chaves.

ONDA SOLIDÁRIA: “FLAVIENSES TÊM AJUDADO MUITO A MAYARA”

Desde a ajuda particular, até entidades como o Grupo Desportivo de Chaves, o Santuário de São Caetano, entre outos, tem sido muito grande a onda de solidariedade criada em redor desta criança. “Estamos muito gratos a todos os flavienses porque têm ajudado bastante”.

Mayara nasceu a 28 de janeiro de 2018 e aos 11 meses de vida foi diagnosticada com Síndrome de Dravet, uma doença rara, do foro epilético para a qual ainda não há cura, apenas tratamentos dispendiosos. Até aqui, esta criança tem realizado várias terapias em Espinho, onde é acompanhada na especialidade de fisioterapia neurológica. Mas recentemente surgiu a oportunidade de ser submetida a um tratamento médico que não existe em Portugal. “Até aqui suportamos os custos em privados, com o apoio da família mais próxima e amigos mas, a despesa neste momento duplicou. Ela faz o tratamento de segunda a sexta-feira. Ao fim de três meses será realizada uma reavaliação do estado dela.”

ESPERANÇA E FÉ NA SUA QUALIDADE DE VIDA

O tratamento, à base de regeneração cerebral, a que está a ser submetida numa Clínica em Santiago de Compostela, em Espanha, ronda os cerca de 50 mil euros anuais. “Para já está a reagir bem, é um tratamento médico à base de injeções e está a ser acompanhada pelas terapias diárias intensivas”, disse Maria Carvalho.

É neste tratamento, para o qual esta criança possui critérios médicos para realizar, que os pais têm esperança e fé na sua qualidade de vida, para que no futuro possa ter alguma independência. “Mayara já realizava terapia da fala, fisioterapia e neuro estimulação, numa clínica em Espinho. A clínica em Espinho é muito competente. A Mayara mostrou resultados, mas surgiu esta oportunidade e nós como pais, só podíamos iniciar todo este processo Não contávamos ir para Espanha tão rápido. Fomos contactados pelo médico. Nestes casos, quanto mais cedo melhor até porque, a neuro plasticidade até aos sete anos é quando tem mais potencial para se desenvolver”, referiu Cláudio Vital.

“Sabemos que o tratamento tem resultados positivos em várias crianças mas, cada criança reage de maneira diferente. O objetivo do tratamento é potencializar as capacidades que ela ainda tem e no fundo, promover o seu desenvolvimento e claro concretizar alguma qualidade de vida e autonomia”, explicam à Alto Tâmega TV os pais de Mayara.

À causa juntaram-se várias entidades, empresas e clubes flavienses que patrocinaram a Ultra Maratona Solidária com cortes de cabelo, bilhetes de futebol, almoços, kits promocionais e aulas gratuitas.

Texto e Fotos: Sara Esteves


DONATIVOS:
IBAN: PT50 0007 0000 0061 3862 7552 3
MBWAY 939 979 980.

 


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